segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Prazo Final

Aparentemente aquela era a quarta-feira com cara de segundona mais tranquila no trabalho. Após um longo feriado prolongado, estava tentando retomar às atividades do dia-a-dia. Em um rápido bate-papo com o amigo e colega de faculdade, Bruno Freitas, senti certo desespero em suas palavras quando ele afirmou: “Essa é a nossa semana da extensão”. Considerando que as matérias deveriam ser entregues na manhã do dia seguinte, me restavam pouco mais de 24 horas para entregá-la. Parece muito tempo, mas quando não se tem uma pauta definida tudo torna-se mais complicado.

Foi então que a quarta-feira teoricamente ociosa tinha dado lugar a um furacão de pensamentos e ideias sobre o que escrever, afinal, a página da extensão não poderia sair em branco por minha causa. Entre poucas sábias palavras a professora e coordenadora deste projeto, Patrícia, lançou o assunto: “Desperdício de alimentos em Pouso Alegre”. Bingo! Quantas vezes nos deparamos com lixos repletos de restos de comida? Quantas pessoas sobrevivem apenas com o que encontram nos lixos? Quantas coisas jogamos fora sem necessidade? Perguntas como estas começaram a surgir em minha mente.

Comecei a pesquisar o tema na Internet e buscar informações sobre a realidade brasileira, paralelamente, levantei fontes que pudessem me colocar à parte da situação de Pouso Alegre. Enfim, em algumas horas consegui agrupar informações relevantes que me norteariam para a produção da matéria.

Em uma breve caminhada, por duas das principais ruas da cidade, avistei uma senhora de cabelos grisalhos, pele morena de sol e marcas que caracterizavam certas experiências de vida empurrando um carrinho carregado de objetos. Tentei chamá-la por duas vezes sem sucesso. “Senhora?”, “Senhora?”. Enquanto não me aproximei o suficiente para que, além de me ouvir, pudesse me ver, ela não me deu atenção. Acostumada a não conversar ou a não ter a atenção assim tão diretamente a simples senhora sorriu. Conversamos durante algum tempo e percebi quantas coisas são descartadas sem consciência e quantas vezes passamos por essas pessoas sem dar o mínimo de atenção transformando-as em "pessoas invisíveis".

Consultei outras fontes e aos poucos as palavras surgiam e a matéria foi redigida. Hora de titular! Putz! Minha maior dificuldade! Mais uma vez era a hora de recorrer à Mestre Paty. 

Quinta-feira! A ordem era entregar a matéria até às 9h daquela manhã. Mas devido a probleminhas técnicos eu ainda não havia tirado a fotografia. Como não pude fazê-la nos momentos das entrevistas, não poderia ser de uma fonte, levando em consideração que já haviam sido realizadas. Hora de procurar um lixo recheado de desperdícios. Mas onde encontrar um às nove e meia da manhã sendo que muitos restaurantes nem sequer estavam abertos e o caminhão do lixo tinha passado na noite anterior? Foi quando surgiu a ideia: "Mercadão Municipal"!!! Dito e feito. Muitas verduras descartadas nos latões laterais. Foto feita. Matéria entregue.


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